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sábado, 21 de julho de 2012

O Trabalho no Laboratório de Ciências

Alunos da 7ª série, turma B em aula prática de laboratório na Escola Estadual Santo Tomaz de Aquino 2003  (Foto Karen Ribeiro de Castro Figueiredo).

Abordaremos o laboratório de Ciências como uma ambiente de interação entre o conhecimento prático e o teórico, e observaremos que mesmo esse ambiente sofre a ação de uma metodologia de ensino tradicional e behaviorista. O ambiente onde os alunos trabalham é um dos elementos na transmissão, aos estudantes, das idéias da escola sobre o currículo e sobre o processo ensino-aprendizagem. Salas de aula ou laboratórios com carteiras e mesas fixas voltadas para a mesa do professor, sempre em lugar de destaque, representam a valorização de um ensino essencialmente baseado na transmissão de informações no sentido professor-alunos (KRASILCHIK, 1996, p. 163).

Não esqueça nunca que a ciência é uma espécie de exploração e de divertimento (EINSTEIN, s.d. apud SOUZA e SPINELLI, 1997, p. 15).

“O laboratório é um local de trabalho onde se desenvolvem atividades que merecem toda a atenção. Sendo assim, algumas regras devem ser observadas a fim de evitar acidentes ao mesmo tempo em que se garante a conservação do material ali existente” (FOSSALI, 1983, p. 34). 

Devemos estar sempre atentos aos nossos alunos e se possível propor que alguns da própria turma se tornem monitores para auxiliar na fiscalização dos experimentos e procedimentos laboratoriais. A técnica da experimentação também apresenta etapas, que são normas de ação: (a) Planejamento – é a etapa durante a qual o grupo planeja os diferentes passos e providências para o desenvolvimento do trabalho. Deve ser flexível, podendo e devendo ser alterado sempre que se fizer necessário. (b) Execução – durante a realização do experimento, todos devem participar, de maneira ordenada e consciente, desempenhando os papéis distribuídos. É necessário lembrar que não é possível generalizar cientificamente a partir de apenas uma situação experimental. São necessárias várias experimentações, planejadas em diversas situações (c) Avaliação – a turma fará a avaliação de todo o processo-planejamento, execução, desempenho de papéis, problemas encontrados, aprendizagem (FONSECA, s.d., p. 57). 

Quem realiza as experiências no laboratório, são os alunos e são eles que determinam seu ritmo e suas condições. Naturalmente o aluno é auxiliado por seus colegas e principalmente pelo seu professor. Certamente haverá instruções preliminares e, em alguns casos, deverá acontecer alguma discussão sobre a teoria que envolve o experimento. Mas em última instância, quem ditará os rumos do trabalho e imporá, a cada instante, que ele não seja desviado de seu objetivo maior será sem dúvida, o aluno (SOUZA e SPINELLI, 1997, p. 19).

As metodologias e as modalidade didáticas, aplicáveis a relação teoria-prática serão abordadas mais adiante.


Referências bibliográficas disponíveis em:

LACERDA, G. A. Relação Ensinar-Aprender-Fazer Ciências no Ensino Fundamental. Trabalho de Conclusão de Curso ou Monografia (Graduação em Biologia - Licenciatura). Divinópolis: Fundação Educacinal de Divinópolis/Universidade do Estado de Minas Gerais, 2003. 89 p. Disponível em: www.guibiologia.com Acesso em 14 Jun 2012 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Prática 11 - Mofo mágico


Objetivo
Observar o efeito do crescimento fúngico proveniente das condições de apodrecimento dos alimentos.

Introdução
Formado por fungos e leveduras, o bolor é o nome vulgar dado somente à textura esbranquiçada, esverdeada ou mesmo enegrecida que se desenvolve na superfície dos alimentos, quando são armazenados de maneira inadequada, ficam expostos ao ambiente ou mesmo sob refrigeração. Essa substância até poderia ser considerada inócua, mas, como em casa, nos restaurantes ou em outros locais de venda ou conservação de alimentos não temos como saber quais as espécies de organismos que se desenvolvem nos alimentos, não se pode considerar esse bolor inofensivo. Além disso, quando um fungo se expõe na superfície do alimento, é porque sua colônia já está bem desenvolvida no interior do mesmo, e é lá que são produzidas as substâncias nocivas, chamadas de micotoxinas – que variam de acordo com a espécie do fungo. Torrar o pão mata o fungo, mas, na maioria das vezes, não inativa a toxina produzida por ele, pois esta é resistente ao calor. O consumidor deve confiar nas mensagens de repulsa de sua visão e de seu olfato: deve recusar alimentos que não atendem aos requisitos de nossos sentidos e de sanidade, evitando ser acometido por doenças assim veiculadas pelos alimentos.

Material
01 pão francês
05 mL de água de torneira
01 pires

Procedimento
1)      Abra o pão com o miolo para cima e coloque sobre o pires;


2)      Deixe o miolo úmido com a água;
3)      Coloque o pão molhado num local úmido e escuro (o ideal é debaixo da geladeira ou do fogão numa cozinha);
4)      Durante 7 dias anote as mudanças diárias no aspecto e coloração do pão umedecido.

ADAPTAÇÃO: Se tiver uma estufa, colocar em temperatura ambiente.

AMBIENTE: Será necessária um local razoavelmente escuro, quente e úmido para propiciar o crescimento do fungo.



Discussão
a) O pão mofado pode ser consumido na alimentação humana?
Padrão de Resposta (PR) - Não temos como saber quais as espécies de organismos que se desenvolvem nos alimentos, logo não se pode considerar esse bolor inofensivo.

b) O que são micotoxinas?
PR - São substâncias nocivas produzidas por microrganismos fúngicos. Conferem aos fungos uma vantagem competitiva sobre outros fungos e sobre bactérias presentes no ambiente. 

c) Quais as colorações observadas no crescimento microbiano no pão?
PR -  Micélios de textura esbranquiçada, amarelo-esverdeada, enegrecida e vários tons de cinza.


d) Por que o crescimento do mofo acontece, em alguns casos, apenas na crosta ou no miolo do pão?
PR - No experimento em questão observamos o crescimento do fungo apenas na crosta do pão, pois esta ficou em contato com o pires (face inferior), pois o local apresentava-se com intensa ventilação e luminosidade não favorecendo o crescimento do mofo no miolo (face superior da amostra).

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Prática 19 - Briófitas

Objetivo
Observar e reconhecer as estruturas morfológicas de uma briófita típica.

Introdução
As briófitas são plantas que apresentam características de transição do ambiente aquático para o terrestre. Não possuem raízes e a absorção da água ocorre diretamente através da superfície do corpo do gametófito em contato com o substrato, fixo por meio de estruturas denominadas de rizóides. São vegetais onde começa a diferenciação de tecidos como a epiderme para proteção. Como qualquer outro vegetal, são capazes de realizar fotossíntese, sendo autótrofos fotossintetizantes. Como as algas, possuem o corpo na forma de talo, sem raízes, caule e folhas diferenciadas.


Materiais
01 microscópio de luz didático ou lupa
01 lâmina de microscopia
01 lamínula
03 a 05 exemplares de musgos (podem ser iguais ou obtidas em diferentes substratos - pedras, troncos, etc.)
01 estilete
10 mL de água de torneira
01 borrifador tipo spray

Procedimento
1) Borrife água de torneira e retire um pouco dos musgos colocando-os sobre uma lâmina de microscopia.
2) Pegue uma gota d’água e fixe o material com a lamínula.
3) Observe em aumento médio do microscópio ou lupa e faça o desenho de:
I – Briófita completa
II – Rizóide
III - Caulóide
IV – Filóide
V – Esporófito e cápsula

ADAPTAÇÃO: O microscópio pode ser substituído por lupa não sendo necessário o uso de lâminas ou lamínulas. Os exemplares de briófitas podem ser substituídos por fotos e/ou altas botânicos (disponíveis em livros didáticos). Os musgos podem também ser adquiridos facilmente em floriculturas devido a sua utilização ornamental.

Figura 01 - Briófita classificada como Musgo onde o gametófito cresce verticalmente. Possui um eixo ereto principal - caulóide de onde partem os filóides. Este exemplar utiliza o tronco de uma árvore como substrato (Foto Acervo Pessoal, Sítio Garnizé, Leandro Ferreira, MG).


Figura 02 - Esquema das principais estruturas de uma briófita típica (Adaptado de LOPES 2002).

Discussão
a) Quais as características marcantes das briófitas?
Padrão de Resposta (PR) - São plantas avasculares (ausência de vasos condutores); os líquidos são conduzidos por difusão célula a célula o que limita o tamanho desses vegetais. O transporte de água de célula a célula é muito lento e as células mais distantes morreriam desidratadas. São plantas comuns em locais úmidos e que não recebem luz direta do sol. São sensíveis à poluição e a ausência delas indica má qualidade do ar.

b) Quais os tipos de reprodução das briófitas?
PR -  Podem ocorrer de forma sexuada (gametofítica - pela fecundação de gametas) ou assexuada (esporofítica - por esporos).

sábado, 14 de julho de 2012

Prática 12 - Estragando o mingau

Objetivo
Perceber a necessidade de guardar bem os alimentos para que eles não se contaminem.

Introdução
A simples produção de alimentos não é tudo. Se não houver meios adequados para conservá-los e distribuí-los, o problema mundial não irá tão somente persistir, mas será severamente agravado. A conservação de alimentos, mantendo da melhor maneira possível suas condições naturais, tem sido uma preocupação constante dos pesquisadores.  Devido à importância da comida para nossa sobrevivência, sua conservação é uma das tecnologias mais antigas usadas pelos seres humanos. Com o aumento da temperatura do alimento para cerca de 66ºC, as enzimas são destruídas. Um alimento estéril não possui bactérias. A menos que sejam esterilizados e fechados, todos os alimentos contêm bactérias. Por exemplo, as bactérias que vivem naturalmente no leite o estragarão em duas ou três horas se ele permanecer em temperatura ambiente. Ao colocar o leite na geladeira, você não elimina as bactérias que já existem, mas as reduz de tal maneira que o leite permanecerá fresco por uma ou duas semanas.

Material

05 copinhos plásticos de café numerados

01 saco plástico ou filme plástico
02 colheres de amido de milho ou outro tipo de farinha
01 colher de óleo

01 colher de sopa
01 panela pequena
01 copo de vidro
01 colher de vinagre
150 mL de água de torneira
01 fogareiro ou tripé com lamparina ou bico de Bunsen


CUIDADO: Esta prática requer atenção total do professor e/ou monitor responsável visto eminente RISCO FÍSICO (aquecimento).

Procedimento
1)      Prepare o mingau com o amido de milho e um copo de água. Misture bem e leve ao fogo até engrossar. Coloque o mingau ainda quente até a metade dos copinhos;
2)      Enumere os copinhos de 1 a 5;


3)      Deixe o copo 1 aberto, em cima da pia do laboratório. Cubra o 2 com o filme plástico, vede-o, e deixe-o também sobre a pia. O 3 é completado com óleo e o 4, com vinagre.


4)      O 5 é colocado na geladeira, sem cobertura. Observe com a turma em qual mingau apareceram as primeiras alterações. Depois de 06 ou 07 dias peça a todos para descrever a aparência de cada copo e fazer desenhos coloridos, seguindo o que viram nos copinhos.


Discussão
a) Complete o quadro a seguir após o período de exposição:

Copo número
Experimento
Crescimento microbiano (+ ou -)
Descrição
Desenho ou foto
01
Mingau exposto ao ambiente
positivo
Micélio de fungos com aspecto filamentoso branco e algumas colônias verdes e roseas
02
Mingau coberto com plástico
positivo
Menos colônias que no copo 1
03
Mingau com óleo de cozinha
positivo
Menos colônias que no copo 1 porém com mais que o copo 2

04
Mingau com vinagre
negativo
O vinagre inibiu o crescimento microbiano

05
Mingau conservado em geladeira
negativo
A baixa temperatura ± 4 ºC inibiu o crescimento microbiano



b) O que vem a ser meio de cultura? 
Padrão de Resposta (PR) - O meio de cultura se consiste de uma base rica em nutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento de organismos micro (bactérias, fungos e células eucarióticas) ou macrobióticos (plantas - micropropagação). No caso deste experimento o mingau atuou nesta função.

c) Quais as melhores formas de se conservar os alimentos observadas neste experimento?
PR - A melhor forma de se conservar os alimentos é mantendo-os resfriados, no caso em geladeira (copo 5). No caso do copo 4 recomenda-se utilizar uma colher de vinagre na desinfestação de legumes e verduras antes de consumí-los.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

História da ciência e o método científico

História da Ciência

Conhecer a história da disciplina que leciono me ampara a discutir melhor suas metodologias de ensino, pois busco o desenvolvimento do pensamento e método científico através de sua origem.

 Alunos da 7ª série, turma B (Foto Karen Ribeiro de Castro Figueiredo, Fonte LACERDA 2003).

A história da ciência sempre mereceu atenção dos meios de comunicação, da academia, dos educadores, da população em geral. No entanto, com freqüência, alguns fatos e suas interpretações são deturpados, estabelecendo-se um conceito equivocado de amplo espectro, que vai desde uma visão triunfalista da ciência, que a encara como heróica, capaz de milagres salvadores da humanidade, até uma imagem dela como maléfica, causadora dos problemas do mundo moderno, feita por alienados restritos ao mundo de seu laboratório (KRASILCHIK, 1997 apud PRESTES, 1997, p. 5).

Ao estudar a história da ciência, podemos talvez resgatar o processo de evolução do conhecimento e das descobertas científicas, desde os gregos até os cientistas contemporâneos, mostrando o trabalho dos pesquisadores, expressos pelo que se costuma chamar de método científico, apontando seus diferentes traçados. A ciência não emergiu em nenhuma das grandes civilizações antigas, apenas nas condições únicas da cultura grega. Os filósofos pré-socráticos gregos adotaram a idéia revolucionária de que os fenômenos naturais teriam causas também naturais, não sendo controlados por uma divindade imprevisível. Seriam regidos por leis que poderiam ser descobertas pelo estudo e observação (NÓBREGA, 2003, p. 18).

Porém, Prestes (1997) nos adverte que ao atribuir o mérito das descobertas ou da elaboração de teorias à genialidade deste ou daquele cientista, não é correto e nem justo atribuir a uma única pessoa o mérito por um dado avanço científico, pois a ciência é fruto da atividade, conjunta da chamada comunidade científica.


O Método Científico


“A ciência pode classificar e nomear os órgão de um sabiá, mas não pode medir seus encantos” (BARROS, s.d. apud ALVES, 2001, p. 97). Ao trabalhar um conteúdo disciplinar específico abordaremos a sua origem enquanto a necessidade de nos remetermos a etiologia da palavra ciência.

A ciência, expressão latina “Scientia”, que significa conhecimento e saber, começou a milhares de anos, antes do homem aprender a escrever. Foram as principais tentativas do homem para explicar e controlar os fatos que ocorriam em sua volta. Acredita-se que as ciências chamadas exatas, como matemática e física, foram as primeiras a serem desenvolvidas, seguidas pelas ciências biológicas e sociais (KISTEUMACHER, s.d., p. 3).

Devemos ressaltar que o conhecimento dito científico é diferente do sensu comum, e como melhor comentado Faz-se ciência com fatos, como se faz uma casa com as pedras; mas uma acumulação de fatos não é uma ciência, assim como um montão de pedras não é uma casa” (POINCARÉ, s.d. apud SOUZA e SPINELLI, 1997. p. 09) abordaremos adiante as etapas do método científico que nos elucidarão melhor esta construção, investigação e estudo dos fatos necessários ao conhecimento científico.

A ciência nos dias atuais é tida em alta conta: vem revestida de autoridade, credibilidade e respeito, não apenas no meio acadêmico, mas também na mídia e no mundo do trabalho. Uma das razões para isso é a popularização do termo método científico, que leva, se e quando utilizado, a resultados confiáveis (SOUZA e SPINELLI, 1997, p.10).

O papel da ciência e da tecnologia em nossa sociedade merece a atenção especial dos professores de todas as áreas, inclusive das específicas como Biologia, Química e Física, para evitar tanto posturas de respeito temeroso e/ou alienante como uma atitude de desconfiança, que atribuem aos cientistas muitos dos atuais problemas da humanidade. A ciência, na realidade, funciona como uma atividade social disseminada, pelo planeta inteiro, e cada cientista é um observador crítico e atento dos resultados apresentados dos seus colegas (NÓBREGA, 2003, p. 19).

Os cientistas realizam pesquisas para investigar a Natureza. Depois de serem reunidas e testadas, muitas observações podem ser usadas como evidências para explicar como ou por que as coisas ocorrem (BURNIE, 1997, p. 12). Complementando estas atitudes a advertência de Fonseca, s.d, p. 55, “Na escola, onde se procura formar a atitude e o pensamento científico, a experimentação não pode se resumir a “seguir a receita de um bolo” em um livro qualquer e aguardar os resultados” remetendo-nos a aplicabilidade deste pensamento em sala de aula numa aplicação teórico-prática. 

A etiologia da palavra método “vem do grego: meta, que significa ao longo de e hódos, que significa caminho. Método, portanto pode ser considerado o caminho pelo qual se chega a algum lugar ou a alguma coisa” (SOUZA e SPINELLI, 1997, p. 10).

A relação entre o conhecimento prático e teórico, se apresentava de uma forma lúdica pois “Entre os gregos, egípcios, romanos e maias, os jogos serviam de meio para a geração mais jovem aprender com os mais velhos, valores e conhecimentos, bem como normas dos padrões de vida social” (ALMEIDA, 1990, p. 16).

O que é científico? É aquilo que caiu nas redes reconhecidas pela confraria dos cientistas. Cientistas são aqueles que pescam no grande rio... Mas há também os céus e as matas que se enchem de cantos de sabiás... Lá as redes dos cientistas ficam sempre vazias (ALVES, 2001, p. 86).


As Etapas do Método Científico


Alguns pensadores e autores aventuram-se através da Ciências, passando por vários campos ou etapas, como exemplo à visão de educadores beneficiou-se também, pois partindo:

...para o campo da observação, fazendo com que a criança adquirisse curiosidade por todas as coisas que visse ao seu redor: um edifício, uma ponte, um homem, um lugar, ou uma passagem de Carlos Magno ou César  (MONTAIGNE 1533-1592 apud ALMEIDA, 1990, p. 17)

A observação científica ocorre com objetivos claros, o que a faz dirigida, rigorosa e precisa. Ela pode ser feita simplesmente com o uso de nossos sentidos, mas há ocasiões em que é necessário o apoio de instrumentos, tais como microscópio, telescópio, balança, termômetro, etc. Precisamos ter algum conhecimento anterior para aprender a ver cientificamente (SOUZA e SPINELLI, 1997, p. 10 e 11).
Reconhecer e definir problemas, para que um problema possa ser levantado, é necessário que o professor garanta para seus alunos pelo menos um conjunto mínimo de informações, que podem ser transmitidos por meio de: aulas expositivas, textos específicos, observações de fatos, entrevistas, pesquisa bibliográfica e experimentos anteriores. “O homem que inventou o alfabeto era analfabeto” (ALVES, 2001, p. 93). “Reconhecendo o problema, este deverá ser definido de forma clara, em linguagem simples e precisa” (FONSECA, s.d., p. 55).

Depois que observamos o fenômeno temos diante de nós várias indagações a respeito dos fatos. A explicação antecipada para essas questões, na tentativa de solucioná-las, é a hipótese. Esta também tem origem grega: hypó, que significa sob e thésis, que significa proposição. Ou seja, uma hipótese é uma afirmação, passível de ser verificada como verdadeira ou falsa (SOUZA e SPINELLI, 1997, p. 11).

Na prática a formulação das hipóteses pelos alunos devem estar embasadas por pesquisas precedentes ao momento da atividade prática “Na formulação de hipóteses, o estudo prévio dos conteúdos específicos e afins ao problema, servirá de base para que os alunos possam formular suas hipóteses, que são apenas afirmações sobre certos fatos e fenômenos que devem ser testados ou experimentados posteriormente” (FONSECA, s.d., p. 56).

Algumas pistas de como elaborar uma hipótese também são baseadas em reflexões de um pensamento ou ação. “Para formular uma hipótese, é preciso raciocinar. Há algumas maneiras de fazê-lo, usando a indução, a dedução e a analogia” (SOUZA e SPINELLI, 1997. p.11). “As palavras são os olhos da ciência. ”Teorias” e “hipótese” esses são os nomes que esses olhos comumente recebem” (ALVES, 2001, p. 101).

O próximo passo é a experimentação, que tem como objetivo O teste das hipóteses que poderá ser feito por meio de uma ou mais experimentações que tem por finalidade, selecionar as hipóteses verdadeiras, completas e científicas (FONSECA, s.d., p. 56).

Quando se testa uma hipótese qualquer, elaborada para tentar explicar um determinado fato, deve-se estabelecer um “grupo experimental” (= grupo teste) – aquele no qual provocamos uma determinada alteração – e um “grupo controle” no qual não foi feita intervenção alguma.

Para controlarmos a hipótese, necessitamos da experimentação. Não mais sentir a natureza, mas interrogá-la e forçá-la a revelar-se. Esse processo acontece em condições muito privilegiadas: é possível repetir o experimento, mudar algumas condições, como, por exemplo, as de tempo, aumentando-o ou diminuindo-o, sempre que necessário, manter algumas variáveis, enquanto mudam outras (SOUZA e SPINELLI, 1997, p. 12).

Os grupos controles fornecem ao cientista/pesquisador uma base de comparação para que se possam estabelecer as possíveis relações de causa e efeito no problema investigado. Esse comportamento, como um todo, caracteriza o chamado “controle experimental” ou “experiência controlada”.
De acordo com Fonseca, s.d., p.56, Organizar e registrar os dados obtidos à medida que as hipóteses vão sendo testadas, os alunos devem ir fazendo os registros e organizando os dados de modo simples, fiel e completo, sem acrescentar impressões pessoais. Porém isso nos remete a lembrarmos de que o aluno pode e deve manifestar suas observações pessoais quando estes forem discutidos nas conclusões.
Caso a experimentação/teste de uma hipótese apresente um resultado negativo deve-se, então, pensar em outra hipótese e... começar tudo de novo (KISTEUMACHER, s.d., p.5) O que geralmente não ocorre por podermos recorrer mais uma vez a bibliografia especializada para nos subsidiar em nossos resultados.

Para tirar conclusões, utilizam-se os dados registrados e organizados que constituirão o material sobre o qual trabalharão os alunos, a fim de julgar suas hipóteses, reformulá-las, completá-las ou simplesmente comprová-las, encontrando uma generalização científica, um conhecimento mais profundo do mundo, um saber mais significativo (FONSECA, s.d., p. 56).


Hipóteses comprovadas transformam-se em leis ou em teorias. Em ambos os casos faz-se necessária à confirmação experimental. As teorias são mais abrangentes e agrupam leis especiais. Uma teoria pode partir de um pressuposto deferente da outra, sem necessariamente invalidá-la (SOUZA e SPINELLI, 1997, p. 13).

Chegamos então ao conceito de teoria que é definido como “um conjunto mais amplo de conhecimentos;” que “deve explicar, unificar ou organizar fatos conhecidos;” e que também “deve ser capaz de prever novos conhecimentos e orientar novas linhas de pesquisas” (KISTEUMACHER, s.d., p. 5).
Então, encontramos os resultados apresentados sobre a forma de teorias, porém, que só se apresentam após um experimento prático testado e validado.

Teorias podem ser ultrapassadas, completadas ou até limitadas por outras. Isso nos mostra que não há o absolutamente correto e infalível na ciência. Entrar num laboratório de posse desse conhecimento é contar com um valioso pré-requisito (SOUZA e SPINELLI, 1997, p. 13).

“Eu não procuro. Eu encontro” (PICASSO apud ALVES, 2001, p. 109).Porém a ciência necessita de artifícios criativos para se elucidar em suas conclusões e teorias. “A química, como toda ciência, não é nada mágico e superior, reservado para mentes brilhantes. Nem tampouco existe uma receita...” (MATEUS, 2001, p. 10).

Referências bibliográficas disponíveis em:

LACERDA, G. A. Relação Ensinar-Aprender-Fazer Ciências no Ensino Fundamental. Trabalho de Conclusão de Curso ou Monografia (Graduação em Biologia - Licenciatura). Divinópolis: Fundação Educacinal de Divinópolis/Universidade do Estado de Minas Gerais, 2003. 89 p. Disponível em: www.guibiologia.com Acesso em 14 Jun 2012 

sábado, 7 de julho de 2012

Prática 3 - Como se classifica um ser vivo?

Objetivo
Compreender a existência de toda uma sistemática na classificação dos seres vivos.

Introdução
Para sabermos um pouco mais sobre os primeiros a classificarem os seres vivos, vamos voltar no tempo, ao século IV a.C. (entre os anos 400 e 300 a.C.) e visitar a Grécia Antiga. Naquele tempo, viveu um filósofo grego de nome Aristóteles (384-322 a.C.), que estudou e classificou diversos grupos de animais e vegetais. Possuidor de uma grande capacidade de observação e de uma rica imaginação, ele criou um modelo para poder explicar como formas de vida tão diferentes teriam aparecido. Para o filósofo, todos os seres vivos estão estrutural e funcionalmente adaptados a seus hábitos e ao meio em que vivem. Ele acreditava que havia algo em comum que ligava seres tão diversos. Aristóteles formulou a seguinte ideia: “Há uma escada natural ligando a matéria inanimada à matéria viva, passando pelos seres vivos inferiores, pelos vegetais e animais superiores e chegando finalmente, ao homem”. As observações e conclusões da Aristóteles, apesar de sua grande elaboração, não tiveram continuidade após sua morte, pois as ideias dos gregos começaram a perder sua força com a ascensão do Império Romano.

Material

01 moeda

01 palito de fósforo

01 tampinha

01 lápis

01 prego

01 clipe

01 borracha

Procedimento:
1)      Coloque os objetos a serem classificados em cima da mesa, de modo que fiquem bem visíveis;
2)      Leia com atenção as instruções que estão na chave de classificação, identificando o objeto descrito ou se dirigindo ao item seguinte (indicado);
3)      Anote numa folha a identificação de cada objeto: (exemplo: objeto A = prego, objeto B = lápis, etc.)
4)      Após terminar  a atividade de classificação, faça uma chave de classificação com os seguintes materiais: prego, borracha, clipe e moeda.

Chave de Classificação – Tipo Dicotômica

1a
O objeto é feito de metal ..................
Siga para 2a
1b
O objeto não é feito de metal ...........
Siga para 3b



2a
O objeto tem uma forma circular ....
Siga para 3a
2b
O objeto tem forma arredondada .....
Siga para 4b



3a
A forma do objeto é bem achatada ...
Siga para 4a
3b
A forma do objeto é alongada ..........
Siga para 5a



4a
O objeto tem cara e coroa - Objeto A
Volte em 1b
4b
O objeto tem forma côncavo-convexa
Siga para 6a



5a
O objeto é para escrever – Objeto B 
Volte em 2b
5b
O objeto é curto, de forma alongada
Siga para 6b



6a
O objeto tampa garrafas – Objeto C 
Volte em 5b
6b
O objeto tem pólvora – Objeto D 




Discussão
a) Para que serve uma chave de classificação?
Padrão de Resposta (PR) - Para relacionar e agrupar os seres vivos de acordo com suas características anatômicas, fisiológicas e comportamentais.

b) Até que nível uma chave de classificação pode chegar?
PR - Os níveis hierárquicos são em ordem decrescente: Reino, Filo, Classe, Família, Gênero e Espécie. O ideal é chegar ao nível de espécie, mas se tratando do gênero em alguns casos é satisfatório.

c) Quem foi o primeiro a pensar num sistema de classificação dos seres vivos?
PR - Os primeiros registros descritivos datam da grécia antiga, mas estima-se que as pinturas rupestres em cavernas e rochas já demonstram um certo critério na representação de grupos animais.

d) Quem foi Lineu?
PR - Carolus Linnaeus, em português Carlos Lineu e em sueco Carl von Linné foi um botânico, zoólogo e médico sueco, criador da nomenclatura binomial e da classificação científica, sendo assim considerado o "pai da taxonomia moderna".