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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Relação ensinar-aprender-fazer ciências no ensino fundamental




Laboratório de Ciências da Escola Estadual Santo Tomaz de Aquino, Divinópolis - MG, ano de 2003 (Foto Karen Ribeiro de Castro).

Em minha monografia defendida em 2003 como TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) discorri sobre a aprendizagem e a aplicabilidade dos conhecimentos em Ciências, em alunos de 5ª à 8ª séries, que foram meus objetos de estudo, pois verificamos e estudamos a relação teoria-prática no ensino de ciências. Neste sentido, Gaspar (1998) comenta que o ensino de Ciências Naturais em nossas escolas é ainda deficiente enquanto a utilização de práticas laboratoriais para fixação do conteúdo, ou mesmo à introdução de novos programas.

A parte de campo foi realizada através de visitas, observações, análise de documentação e espaço físico, entrevistas, e até mesmo a discussão das modalidades didáticas desenvolvidas no ambiente escolar estudado. Num primeiro momento, partirmos do pressuposto de que os alunos possuem uma curiosidade natural sobre os aspectos fenomenológicos da natureza, e que a relação aprender e fazer ciência estaria interligada no aluno assim como no professor.

"Os alunos, ao olharem para o mundo ao seu redor, com tecnologias avançadas utilizadas no seu dia-a-dia como: notícia de clonagem, canetinha a ‘laser’, automação de dados bancários, entre outros, ficam sem entender, sem conseguir fazer analogias com o que estudam em suas escolas" (VIANNA, 1998. p. 01).

É possível que exista uma desconexão entre o conteúdo teórico e a prática vivenciada pelo aluno em relação às funções operatórias e sociais do ensino em nossas escolas. Isto sustenta a hipótese de que a dinâmica das aulas não mantenha o interesse e nem a curiosidade necessária ao aprendizado.

Estudar a metodologia do ensino de ciências numa relação ensinar-aprender-fazer ciência, “... movimento-prazer-realização,...” (RONCA e TERZI, 1995. p. 87), nos remete aplicabilidade e mobilidade dentro de um contexto operatório e concreto em conjunto a epistemologia genético-evolutiva do aluno.

Em nossa docência ao lecionar o conteúdo de Ciências Naturais nos ciclos básico, intermediário e avançado do 1º grau, nos deparamos, na maioria das vezes, com a curiosidade dos alunos por fenômenos da natureza como a chuva, a seca, as relações animais e vegetais, etc. E até mesmo a mídia com seus filmes de ficção científica e a divulgação da possibilidade de já existirem clones humanos andando entre as pessoas fascina os alunos, sejam eles do 1º ou 2º grau.
Estes motivos nos levaram ao desenvolvimento desse estudo, que integrado à nossa experiência e pesquisa bibliográfica, pretende verificar a relação existente entre o conteúdo das aulas teóricas e das práticas em professores de Ciências e alunos da Escola Estadual Santo Tomaz de Aquino (Divinópolis-MG), de forma a entender esta interação metodológica e constatar se os alunos e professores se sentem instigados ao conteúdo através da relação teoria-prática.

Logo, entendemos que, dinamizando o ensino de ciências nas aulas teóricas com o auxílio das práticas, possamos fomentar a imaginação, a curiosidade e o interesse dos alunos pelo conteúdo, levando-os assim a facilitar o ensino e a aprendizagem de conhecimentos necessários ao seu desenvolvimento e inserção social.

REFERÊNCIAS
GASPAR, Alberto. Experiências de Ciências para o 1º grau. 6ª Edição. São Paulo: Ática, 1998. 232 p.

LACERDA, G. A. Relação Ensinar-Aprender-Fazer Ciências no Ensino Fundamental. Trabalho de Conclusão de Curso ou Monografia (Graduação em Biologia - Licenciatura). Divinópolis: Fundação Educacinal de Divinópolis/Universidade do Estado de Minas Gerais, 2003. 89 p. Disponível em: www.guibiologia.com Acesso em 14 Jun 2012
 
RONCA, P.A.C.; TERZI, C. do A. A aula operatória e a construção do conhecimento. 9ª Edição. São Paulo: Editora do Instituto Edesplan, 1995. 149 p.



VIANNA, Deise Miranda. Do fazer ao ensinar ciência. Tese (Doutorado em Educação) USP. São Paulo, 1998. 148 p. Disponível em: www.uniescola.ufrj.br/fisica Acesso em 15 Mar 2003.

Um comentário:

  1. RESUMO

    LACERDA, G. A. Relação Ensinar-Aprender-Fazer Ciências no Ensino Fundamental. Trabalho de Conclusão de Curso ou Monografia (Graduação em Biologia - Licenciatura). Divinópolis: Fundação Educacinal de Divinópolis/Universidade do Estado de Minas Gerais, 2003. 89 p.

    Verificamos a relação existente entre o conteúdo das aulas teóricas e das práticas em professores de Ciências e alunos da Escola Estadual Santo Tomaz de Aquino. Abordamos o laboratório de Ciências como um ambiente de interação entre o conhecimento prático e o teórico. Houve a menção do laboratório no projeto político-pedagógico da escola, porém faltaram possíveis contribuições destas aulas para questões como valores morais e sociais a partir da utilização das aulas práticas laboratoriais remetendo-nos a noção de que o mesmo só serve a confirmação de princípios científicos. 50% dos alunos (de acordo com seus professores) do ensino fundamental das escolas públicas e particulares de Divinópolis, não têm aulas práticas, de laboratório, como modalidade didática, com nenhum tipo de freqüência. Com relação à tricotomia sobre o ensinar-aprender-fazer ciências reconhecemos que ela pode ajudar o estudante a compreender o mundo em que ele vive. Para isso, o professor se utilizaria tanto de aulas teóricas quanto de experiências concretas. Entendemos que essa relação é vivente em momentos isolados da sala de aula e do laboratório e que esta construção é o objetivo dos professores durante seu planejamento, porém não metodológica, ou seja, ocorrendo aleatoriamente. No entanto, percebemos que ficar de braços cruzados enquanto laboratórios são sucateados e/ou transformados em depósito ou salas de aula, estaremos coniventes com este governo omisso. Devemos então buscar alternativas que sustentem nossos objetivos junto à sociedade e apresentar resultados positivos ou negativos, mas algo provado e concretizado para exigirmos daqueles que tem o poder, as devidas medidas sobre suas responsabilidades.

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